sábado, 9 de abril de 2011

Capítulo 4 : “Chegada a Peace”

-Então garotas, como se sentem?-perguntou John
            -Muito ansiosas! – disse Jenny
            -Ah, corta essa John! – disse Ross – vamos num papinho mais interessante né garotas!
            -Tadinho do John! Parem de brigar caras!
            -É, para de brigar, Ross! – brincou John
            -hum, ta legal... Mas, contem pra gente como é ser irmão mais novo, eu fui irmão mais velho, e John também.
            - Ah, sei que vocês pensam que é bom, e que nós somos os queridinhos e tal, mas não é bem assim... – suspirou Jenny
            -É verdade. É irritante como os seus pais te comparam com o seu irmão, e reclamam quando você não faz tudo igual a ele fez.
            -exatamente, e também, eles não te deixam agir como adultos, ser independentes, e tomar as próprias decisões. É tipo, “Eu mando, e você tem que obedecer, entendeu!”, isso é chato, é muito chato... Pra falar a verdade, essa é a primeira coisa adulta que ela já me deixou fazer. É porque eu estou com vocês ainda. E o meu irmão é um saco!Vive brigando comigo por nada...
            -Uau... Realmente não parece muito divertido... - concluiu John
            -Viu John, estamos tendo uma conversa interessante.
            -“pluuuh” (John mostrou a língua pra Ross)
            -ei, ei, PAREM COM ISSO!De novo...
            -vocês têm um problema, sério, pior que eu e o Harry...
            -Ah, falando em Harry ele nos enviou os relatórios...
            -relatórios?
            -que relatórios?
            -Estes aqui, garotas... -disse Ross entregando-lhes um formulário – é só responder e me entregar. Umas perguntinhas de praxe, pra avaliar vocês...
            -perguntinhas de praxe? – exclamarão Jenny e Isabella juntas
            -já não tinham uma super avaliação de cada uma de nós, você sabe, com todos aqueles por cento...
            -isso é diferente. – disse John, com ar de superioridade – é como um teste ficaram sabendo do resultado imediatamente.
            -Ta bem então...
            As duas olharam para o relatório, preencheram seus nomes, idades e data, e assim que leram a primeira pergunta, se entreolharam e olharam para Ross e John, que simplesmente soltaram um sorriso.O formulário era assim:




Organizações P

Formulário de Função

Nome:________________________________________Data:__/__/____
Idade:______Monitores:__________  _________Inclinação:____________


1-Qual a sua cor favorita?


2-Qual o seu animal favorito?


3-Você prefere:
a- Uma tarde bonita em um jardim ao ar livre
b- Passar o dia no computador, batendo papo com os amigos, etc...
c- Estudar para sua próxima prova

4-Na televisão:
a- Dicovery Channel
b- Disney Channel
c- Animal Planet
d- Warner Channel

5- Em um trabalho em dupla na escola, você faz par com:
a- o aluno mais inteligente da classe
b- seu melhor amigo
c- sozinho
d- com quem quiser sentar com você

6- Se você pudesse viajar para qualquer lugar do mundo, para onde você iria?
____________________________________________________________

7- Qual o seu maior sonho? O que você seria capaz de fazer para alcançá-lo?
____________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


            Jenny e Isabella acharam muito estranho, mas concordaram e preencheram. Embora Jenny e Isabella fossem muito parecidas, suas respostas foram até que bem diferentes:

Teste de Jenny:
1-      Preto
2-     Cachorros
3-     b(computador) ou a(jardim)
4-     d (Warner)
5-     b (melhor amigo) ou d (quem quiser ir com você)
6-     Londres, Canadá.
7-     Não ter vergonha de nada, e poder fazer o que quiser e ser eu mesma sempre, nunca ter que mentir, acabar com as brigas e intrigas e fazer as pessoas serem cada vez mais felizes, e que dêem menos importância a pequenos problemas, que às vezes acabam com elas. Meu sonho é mudar o mundo através das pessoas. Faço de tudo para alcançá-lo, menos trair, ou matar. Nunca.

Teste de Isabella:
1-      Amarelo
2-     Todos, adoro animais.
3-     a (jardim)
4-     c (animal planet)
5-     b ou d
6-     Grã Bretanha, Espanha, África do Sul, Canadá.
7-     Meu sonho é nada menos que a paz mundial. Quero conseguir que as pessoas enxerguem que a violência não leva a nada. Faria praticamente tudo para alcançar esse objetivo, menos magoar quem amo, ou fazer com que inocentes paguem pelo que não fizeram.

-Legal...
-Bom... – Diziam Ross e John só pra deixá-las mais curiosas.
-Eu achei que o resultado era “na hora”- Disse Isabella
-Tecnicamente ainda são 7:56.
-Ai Meu Deus...
- Calma garotas! Aqui está.
- De acordo com as sua resposta nós avaliamos em qual bloco vocês se encaixam melhor. Ou como devem conhecer coluna-base.
- Legal como vocês fazem isso – Observou Jenny.
-Obrigado. – exclamaram os dois juntos, a garotas riram.
-Hum, bloco N. Parece... Legal. Em qual você caiu, Isabella?
-Bloco N também! Adorei, vamos trabalhar juntas!
-Legal! Adorei também, muita coincidência, com tantos blocos, e a gente junta!Mas as nossas respostas foram tão diferentes, como caímos no mesmo bloco?
-É que Isabella tem uma inclinação incrível para trabalhos com animais, e o bloco N não tem quem trabalhe com animais. E você, Jenny, sua avaliação é perfeita, para o N, pois os trabalhos desenvolvidos lá são exatamente os que você gosta.
-Uau, amei esse relatório!
-Eu também! – disse Isabella rindo
-Nós também! O bloco N também é o nosso sabia?
-Demais!– disseram todos juntos animadamente.
      O resto do vôo seguiu normal, eles conversaram muito, e depois caíram no sono. Quem acordou todos foi John:
      -Jennifer?Isabella?ACORDEM PELO AMOR DE DEUS!
      -AAAAAAAII, QUE ISSO? - disse Jenny irritada. Odiava acordar assim. Na verdade odiava acordar.
      -Tudo bem “minina!”- falou Isabella
      -Desculpa, sou irritada quando acordo... Hehe... Mas agora já ‘to normal. Você não acordou o Ross? – Constatou Jenny percebendo Ross dormindo do outro lado.
      -Ah, eu tenho um jeitinho especial de acordar ele. Queria vocês acordadas para verem – Disse John com cara de quem ia aprontar.
      -Olha lá, ein – Disse Isabella, mas não fez nada para contê-lo
      -Vamos lá – Disse John  puxando uma corda, e um balde de água muito fria caiu na cabeça de Ross, o molhando inteiro e tampando sua visão, John apagou a luz, ficou atrás de Ross esperou ele tirar o balde da cabeça, e lhe deu uma rasteira, John fugiu até as meninas, rolando no chão de tanto rir  da cara de Ross, quando acendeu a luz:
      -AAAAAAAAAAAAAAAH, MAIS VOCÊ VAI VER! OLHA QUE EU RANCO O SEU CORO A PONTAPÉ EIN!
      -Hummmmmmmmmmmm, irritadinho você ta ein!
      -NÃO FALA COMIGO John MASON STUART!
      -Tá legal ROSS JOSEPH BECKER!
      -Quero entrar na brincadeira ISABELLA JENSEN GOLDMAN
      -Ah é?Também quero JENNIFER CAREY FONTANA!
      Eles começaram a rir, e Ross deixou a vingança pra depois. Teve que deixar, aliás eles já estavam prestes a pousar na Califórnia. Jennifer tava super emocionada.Sempre sonhou em ir pra qualquer lugar fora do seu estado. Isabella também parecia fascinada. Eles pousaram em um terreno baldio enorme, como o que eles tinham saído.
      -Caramba, essa cidade é enorme! E muito linda!
      -Verdade. Não sei por que não fomos direto para a Peace, mas estou feliz de não ter ido!
      -Não podemos revelar a nossa localização. É muito perigoso. Mas, a base não é tão longe. Que tal irmos a pé? – Sugeriu John, que parecia animado com a idéia
      -Eu adorei a idéia. Bom esticar as pernas depois de tanto tempo no vôo... E ainda nessa cidade maravilhosa! – Concordou Jenny
      -Eu também adorei. Olha dá pra ver a praia daqui!
      -Desculpa garotas, mas não dá tempo de irmos a praia agora. Vamos apreciar a vista daqui mesmo, porque a Capitã já ta me “bipando”! – explicou-se Ross
      -Ah, tudo bem então, mas amanhã a gente vem né?
      -Como quiserem... -Concordou John
      As garotas se animaram e foram andando por que o tempo era curto. Chegaram lá rápido, mas conseguiram pegar um pouco de como era o lugar. “Tranqüilo, mas movimentado ao mesmo tempo!” dizia Jenny, o tempo todo.
      Chegando lá foram apresentados a “Capitã Bella” da qual tanto tinham ouvido falar. E como aquele lugar era maravilhoso. Grande não, enorme. Cheio de agentes por todo os lados, pesquisadores, adultos, adolescentes, equipamentos de última geração, salas de vidro ao redor. Essa era a Peace.

Capítulo 3: “Os Fontana Estão De Volta”

-Partimos amanhã de manhã!
            -Assim que estiver pronta!-Disseram radiantes
            -E vamos de que?
            -Jatinho é claro!Ser agente secreto tem lá suas vantagens!
            -Ô se tem...
            -Então, te vemos amanhã de manhã, sua mãe sabe onde!
            -Vocês já vão?Não, fiquem!Temos muito pra conversar!
            -Ah, já que você insiste... -Foi se sentando Ross, novamente
            -Ei, seu mal-educado!- Disse John – Nos permite Srª. Fontana?
            -Claro John!E parem de brigar por hoje, por favor! - sua mãe mesmo preocupada, estava muito feliz por ver Ross e John novamente.   Eles foram indo pra cozinha, e Jenny foi perto de Harry e perguntou:
            -Ei, por que você tava sorrindo?
            -Ah, não é todo dia que a minha irmã vira agente secreta, né!Aliás, não imaginava que você ia passar na seleção para agente secreta...
            -Mesmo?Tem uma seleção?O que você é?
            -Técnico de Câmeras e Monitoramento, com 64% da pontuação para Raciocínio Lógico rápido.
            -Incrível!Não achei que você era inteligente...
Seu irmão lhe deu um soquinho no ombro, eles riram, e foram todos para a cozinha, conversar, e Jenny começou a fazer perguntas, estava muito curiosa agora.
            -Ei, quanto foi meu teste?No que eu passei?
            -Ah, na sua avaliação Física, deu 87% de inclinação para agente secreto. 60% para raciocínio lógico rápido, alto para sua idade, 75% para investigação, 38% para trabalhos diretos com animais, 54% para monitoramento de câmeras, 82% para elaboração de planos de defesa, 71% de ataque, 74% para fuga, 49% para trabalhos técnicos, e 78% para mexer com equipamentos de tecnologia avançada. Absolutamente fascinante. – Disse entregando a ficha a Jenny.
            -Uau. Nem eu esperava por essa. Embora eu ache meu raciocínio lógico bom, não esperava por tantos por cento em planos de defesa. Sem querer me gabar.
            Todos riram ninguém sabia exatamente por que. Estavam todos muito felizes, e embora preocupados, sua mãe e seu pai estavam muito orgulhosos.
            -Aliás, garota, você tem que receber isto.
            E lhe entregou um caderno pequeno, encapado de couro preto, com as bordas douradas e preso com uma bonita fivela, Jenny imaginou ser uma espécie de diário.
            -O que é isso?Um diário?
            -Mais ou menos isso. Você precisa registrar aí todas as suas missões, ou treinos, o que você quiser, do jeito que você quiser. Pode parecer bobo, mas na verdade é um excelente jeito de pensar e refletir, foi implantado deste que a organização existe, pois ajuda os agentes a perceberem o que fizeram de errado, e corrigi-lo.É uma maravilha para a Peace.
            -Hum, ta bem. Não sou muito fã de diários, mas tudo bem. Cara, eu não acredito nisso. Eu, agente secreta. Vai ser demais!
            -É, e seremos gratos eternamente a você. E a sua mãe.
            -Obrigada, e falando nisso, todos nós vamos?
            -Desculpa, mas não podemos levar todos. Apenas você e outra agente admitida ontem. Seu irmão terá que ficar, pois já está encarregado do monitoramento dessa região, e já faz um ótimo trabalho.
            -Ah é?E onde é que ele trabalha?
            -Na casa de seu tio, Leonard. E Ach, também, é o seu companheiro de base. Ach é o nosso captor de informações. Todas as respostas que precisamos, ele tem que ter. E Leonard é elaborador dos planos. Ele conhece cada canto dessa cidade, e é ótimo com estatísticas também.
            -Uau, meu tio, e o Ach, por essa eu não esperava.
            Eles continuaram conversando por um longo tempo, tanto que só foram embora às 11 horas da noite (23h00min), ficariam mais, mas tinham que acordar cedo no outro dia. Um grande dia. Jenny foi se deitar com seu novo diário em mãos, e antes de dormir, sentou-se na cama e foi dar uma olhada. Achou incrível. Não era só um diário, era também um guia de todas as ferramentas usadas, um mapa da base, e um guia de todas as colunas-base em ordem alfabética. Jenny achou absolutamente impressionante aquele lugar. Absolutamente incrível... Absolutamente incrível... Absolutamente incrível... Absolutamente...
            -JENNIFFER, ACORDA FILHA!
            -O que, pai, já é de manhã?-Disse assustando-se, e olhando o guia ainda aberto em suas mãos
            -Sim, filha, hoje é o seu dia!
            -Ok!Vou me trocar e já vou descendo para o café da manhã, ainda são 6:30, temos tempo, não é?
            -Quanto você quiser. Vou descendo, não se apresse!
            -Ok!
            Ela se trocou, e tentava não pensar no que ia acontecer em seguida. Ficaria eufórica. Mesmo assim não conseguia tirar o sorriso do rosto. Desceu, e viu um verdadeiro banquete esperando por ela, além de uma mãe chorosa, um pai orgulhoso, e um irmão... Faminto. Ela alargou ainda mais o sorriso. Só estava triste por uma coisa...
            -Mãe, por que está chorando?Isso é um sonho, vai dar tudo certo!
            Deu-lhe um abraço e um beijo no rosto, em seguida em seu pai, um “oi” para seu irmão, e sentou-se para comer. A comida estava realmente deliciosa. Terminou de comer, subiu arrumou suas malas, com ajuda de todos. Ouviu uma buzina de carro assim que tinha acabado de arrumar as malas:
            -Mãe, quem é? Achei que iríamos até Ross e John, não?
            -Sim, sim, minha filha, e vamos, é o seu tio, Leonard, e Achy, não achou que iam perder isso, não é?
            -Claro que não...!
            Eles subiram e conversaram, um tempo, até Jenniffer ficar totalmente pronta. Estava de calças Legging Pretas, uma blusa azul escuro, botas, e uma jaqueta curta de couro preta e cabelos amarrados. Tinha passado de maquiagem apenas um lápis preto, um batom, e brilho. Gostava do lápis porque achava que caía bem com seus olhos e seus cabelos muito escuros.
            Ela estava pronta, e bem nervosa. Entraram no carro e foram do outro lado da cidade no que, até o momento Jenny achava ser uma fábrica fechada e abandonada há muito tempo, mas na verdade era um pequeno aeroporto, no espaço de um terreno baldio atrás da velha construção. Eles avistaram Ross e John ao longe ao lado de um jatinho pousado de frente, onde não pareceria tão grande, se não fosse às asas. Eles andaram até lá, quando chegaram se cumprimentaram e Jenny foi logo falando:
            -Caras esse guia é demais!Tem tudo aqui, mapas, ferramentas, fotos, é incrível!
            -Eu disse que você is gostar!-disse Ross, descontraído – Eu também adorei!
            -Cara, olha lá – disse John alegre – É a nossa outra garota!
            Jenny se virou para conhecer sua nova companheira, que pelo visto, tinha a mesma idade que ela.
            -Oi, caras! – Disse ela – Tudo bem?
            -Tudo sim, e com você?
            -Eu tô excelente!Oi! – Disse ela virando-se para Jenny e seus pais, cumprimentou Jenny – Oi!Meu nome é Isabella!Prazer!
            -Oi, eu sou Jennifer, me chama de Jenny, prazer!E aí,também pega de surpresa ontem?
            -Ô se fui... Um susto e tanto... Mas como poderia dizer não?É fantástico, não acha?
            -Acho sim!No começo minha mãe não queria, tava até chorando no café da manhã....
            -Ah, a minha também ficou apavorada, mas eu disse pra ela não ficar, por que...
            Elas continuaram conversando, e se deram muito bem, iam ser amigas, com certeza. Um começo bom achava Jenny, tanto pra ela quanto pra Isabella. Ross e John estavam acertando as últimas coisas com os pilotos, quando suas mães as chamaram:
            -Jenniffer!
            -Isabella!
            -“acho que elas se deram tão bem quanto nós!”-Cochichou Isabella para Jenny enquanto iam até suas mães, as duas riam – Sim, mãe – disseram as duas juntas.
            -Ross e John disseram que já está tudo pronto. Vocês já vão partir...
            As duas mães começaram a chorar, e a se despedir calorosamente, cheias de beijos e abraços, Jenny e Isabella se despediram de seus pais, e Jenny de seu irmão, tio, e de Achy, e Isabella de seus irmãos mais velhos. Se demoraram bastante, mas enfim tinham que partir. Entraram no jatinho e acenaram para seus pais chorosos e seus irmãos e tios. Estavam, enfim indo pra Califórnia.

Capítulo 2: “Organizações Peace”

-Pois então, falem. Digam-me o que está acontecendo aqui, por favor.
            -Bem, eu sei que é difícil de explicar, mas... Você é uma espiã.
            Jenny não acreditou no ouvia. Mas por mais pasma que estivesse, tinha que falar alguma coisa:
            -O quê?Estão loucos?O que é isso, uma brincadeira de mau gosto, mãe?
            -Não, não, acredite você é uma espiã.
            -Eu acho que eu saberia se eu fosse uma espiã, né?!Mãe, o quê é isso?
            -Filha, sei que não é fácil, mas é verdade...Ross, John, qual o problema de vocês?Vocês tinham que começar a história assim?
            -Me desculpe Srª. Fontana, só queria um pouco e ação, um começo legal, sabe?
            - Um pouco de ação?Você é um agente secreto, come ação no café da manhã!Expliquem a história direito pra minha filha, pelo amor de Deus!
- Disse sua mãe muito nervosa.
            -O quê, mãe?Isso é... Não pode ser... Verdade?
            Jenny estava tão perplexa com a situação, que nem sabia o que pensar. Não dava, não conseguia, não podia ser verdade.
            -Expliquem!
            -Está bem, Srª. Fontana... Srtª... Quer dizer, Jenny, vê esse emblema aqui?
-Disse John, apontando um “P” em seu bolso, bem desenhado, no qual Jenny não tinha reparado antes.
            -Vejo sim, mas...
            -Desculpe interromper, mas, por favor, me deixe acabar de falar, tenho certeza de que você irá entender. Esse emblema é da Peace, uma organização fundada há anos, para tentar controlar os crimes, e pegar os bandidos, mais fortes, inteligentes, calculistas, a muitas vezes, psicopatas. Há algumas organizações assim, mas a Peace tem um diferencial. Nós tentamos pegar os culpados, que não raras vezes são quadrilhas enormes, sem mortes, e sem crueldade, resumindo, sem muito derramamento de sangue. É óbvio que nem sempre conseguimos que ninguém saia muito ferido, mas na maioria dos casos temos sucesso. Mas, o motivo de estarmos aqui é...
            -Ei, me deixe falar também! O motivo de estarmos aqui é que a nossa organização sofreu uma invasão. Mafiosos colocaram seus “capangas” dentro da organização. Isso aconteceu há muito tempo, mas só descobrimos agora, e a essa altura já converteram metade dos ‘nossos’ para o lado deles, e quem não se converteu eles tomaram medidas drásticas. Coloram sobre chantagem, tortura, e pelo que sabemos, os mais audaciosos morreram. Enfim, conseguimos descobrir, mas estamos agindo muito silenciosamente, pois eles ainda nem desconfiam de que nós sabemos. Mas, o motivo de estarmos aqui é que precisamos de gente. Estamos com poucos agentes para uma missão tão grande e perigosa. O caso é que só iríamos te convocar daqui a 4 anos, mas não temos tempo para esbaldar, precisamos de gente agora. Deve estar se perguntando “Mas por que logo eu?”, a resposta é que a sua família vem de uma linhagem de espiões. Os seus bisavós, Richard e Glenda Fontana se inscreveram anos atrás para serem agentes, enfim, a sua família foi seguindo a ‘tradição’. Espero que tenha entendido pelo menos um pouco. Mas se aceitar vir conosco para Califórnia, prometemos que a Doutora Bella vai te explicar melhor, então você entendeu?
            -Aceita vir conosco?
            Era muita informação para a última meia hora. Jenny não sabia se ficava animada, ou assustada. Pensou um tempo e disse:
            -Eu... Eu aceito.
            -O QUE?-Gritou sua mãe
            -Mas... Você disse que SIM?A GAROTA, EU TE ADORO! - Exclamou Ross, e John comemorando com ele parecia não ter palavras. A cena era confusa. Jenny não esperava tantos gritos e isso tudo, embora ela mesma estivesse muito feliz com a idéia, sua mãe parecia indignada.
            -Filha vem cá um instante.
            Jenny percebeu Ross e John ficarem quietos, e seu pai e seu irmão que estavam discutindo se calaram também. Jenny e Carey (mãe de Jenny) foram para a cozinha:
            -Filha, você não precisa fazer isso, eu tenho certeza que vão ter mais agentes lá, e...
            Jenny a interrompeu:
            -Mãe, pode parar. Essa é a minha vida, e se tem gente má e perigosa lá fora, gente que faz mal a pessoas inocentes, eu quero lutar.
            -Mas filha, eu acho que você não entendeu você corre perigo de morte, e só de pensar eu...
            -Eu não me importo!Eu não entendo vocês adulto. Dizem que a morte é apenas uma passagem, e que o que está dentro de nós nunca morre, e que quando morremos vamos para um lugar melhor, mas todos vocês MORREM DE MEDO DE MORRER!Mas eu não. ROSS, JOHN!
            - Sim?-Disseram muito apreensivos
            -Quando nós partimos?
           
  

Capítulo 1: “Jenniffer Fontana”


-JENNIFFER!Que demora é essa?Eu to atrasada!
            -Pronto, mãe, ‘tô aqui, e você não está atrasada porque você não marcou com ninguém!E pela enésima vez, me chama de Jenny, ta.
            -Ta ta... Mas, filha, que roupa é essa?Tira esse colete!
            -Mãe, para de me dizer o que vestir, que coisa...
            - Ta, desculpa, mas é que ta meio ridículo...
            -Ai, ta bom, eu tiro, feliz?
            -E pega uma blusa!
            -Fazer o que...
            Jenniffer Fontana, ou como prefere ser chamada, Jenny, é uma adolescente de 12 anos, não muito normal. Não era como as outras, que corriam atrás de garotos, e apaixonadas por astros teen, não. Geralmente, ela preferia ficar com suas amigas, ou no seu quarto, no computador, vendo suas tão amadas séries americanas de comédia, ou assistindo filmes de ação, ficção, ou quando estava “á toa”, lendo um livro, geralmente policial, ou de ficção também.
            Ela odiava quando seus pais ou seu irmão criticavam suas roupas e combinações, sabia que elas eram estranhas, mas as achava legais, e bonitas, e não se importava com o que os outros pensavam.
            Nesse dia, ela estava indo á biblioteca com os seus pais e seu único irmão, Harry, que agiam da mesma maneira todas ás vezes em que entravam no carro: seu irmão ouvindo músicas em seu MP4, e sua mãe e seu pai , em uma animada conversa pondo ás novidades em dia.Mas Jenny preferia ficar ali, olhando distraidamente pela janela, sem realmente prestar atenção em nada, apenas absorta em seus pensamentos...
            Começava a chover, e ventar muito forte do lado de fora, e embora sua janela estivesse fechada, a de seu pai, a frente, a incomodava muito:
            -Pai, ‘tá ventando aqui, fecha o vidro, por favor!
Ele não escutou, e consequentemente, também não fechou o vidro:
            -PAI!
            -O QUÊ?
            -O VIDRO, EU DISSE PRA FECHAR!
            -Desculpa filha, não estava ouvindo!
            -Tudo bem pai, sem problemas...
            Já não esperava que ele a escutasse. Eles nunca escutavam nada que ela dizia. Não que não a amassem, pelo contrário, sabia Jenny, só não prestavam muita atenção. Jenny também odiava isso.
            O resto da viagem correu normal, e embora ainda ventasse excepcionalmente forte lá fora, a chuva havia parado.
            Deixaram seu irmão na casa de seu tio, (e padrinho de Jenny), e seguiram até a biblioteca. Chegando lá, ironicamente começava a chover novamente, e enquanto seus pais corriam, Jenny não se apressou nem um pouco, era só água afinal, correr da chuva era como ter medo da água, assim ela pensava. Mas infelizmente, sua mãe não:
            -Corre, filha, você vai ficar toda molhada!
            -Calma, mãe, é só água, não machuca ninguém!
            -Tudo bem, quando ficar gripada não vai me pedir ajuda, que tal ficarmos todos aqui, na chuva?É só água afinal, né?...Vamos entra rápido!
            Dentro da biblioteca, seus pais foram para os computadores, checar no acervo, os livros que sua mãe precisava para seu trabalho da universidade. Ela fazia faculdade para que lhe rendesse um melhor cargo no trabalho.
            Jenny, sem nada pra fazer ali, decidiu olhar alguns livros.
            -Gente, vou ver os livros, ta?
            Não houve resposta.
            -Não que alguém se importe...
            Disse já se dirigindo ás prateleiras, não como uma crítica, mais como uma ironia, como nas suas séries americanas favoritas, que imitava ás vezes.
            Olhou os livros, mas eles pouco lhe interessavam, havia vários sobre Anatomia Humana, Direito, e Física Avançada, nada que ela gostava, ou mesmo entendia, até que achou um sobre monumentos marcantes da Europa, que continha fotos muito bonitas, e explicações e curiosidades muito interessantes, e como gostava muito de lá, e sonhava em ir até lá algum dia, pegou o livro, e se sentou em uma mesa próxima, e começou a folheá-lo, analisando demoradamente cada foto, já que provavelmente ia ficar muito tempo ali.
            Mais tarde, Jenny observou de longe um estranho acontecimento. Seus pais receberam um telefonema, que Jenny imaginou ser de seu irmão, que os deixou completamente perplexos. Em seguida, eles pegaram os livros apressadamente, e correram em direção a Jenny, que fingiu não estar observando a estranha cena:
            - Vamos filha, já temos o que precisamos.
            - Mas mãe, esse livro é ótimo, deixe-me acabar de ler!
-Disse Jenny, apenas para ver a reação da mãe, que foi exatamente a que ela esperava:
            -Não, Jenniffer!Eu já falei que a gente vai embora, eu ‘tô cansada, vamos!
            -Tudo bem, deixe só eu guardar esse livro...
            Ela guardou o livro e ficou pensando a viajem toda, o que poderia ter-lhes causado aquela reação, e quando percebeu, já estava na casa de seu tio, para pegar seu irmão. Observou uma rápida troca de olhares inseguros, e um leve aceno de cabeça de seu tio.
            A viagem de volta para casa foi decididamente estranha. Sem conversas, sem MP4, sem um ruído sequer, e observou pelo retrovisor central, seu pai suando e olhando de tempos em tempos para ela, inseguro e preocupado, e embora não pudesse ter certeza, tinha a forte impressão de que sua mãe e seu irmão se comunicavam silenciosamente pelo retrovisor do lado do passageiro, mas mesmo assim não falou nada, apenas observou. Se tinha uma coisa que Jenny tinha aprendido em seus livros e filmes, é que tudo se explica em seu devido tempo.Mas se lembrava de uma viagem parecida , de seus pais agindo do mesmo jeito,foi quando...Ela perdeu o raciocínio pela aparição de dois sujeitos a porta de sua casa, com roupas muito formais, pretas e brancas.Era uma roupa bem bizarra, mas tinha estilo próprio ,e Jenny de cara gostou desse estilo. O carro ainda estava um tanto longe, então não dava para ver o rosto deles. Mas quanto mais ele chagava perto, mais estranhos eles lhe pereciam. Não um estranho feio, pensou Jenny, era apenas diferente, de um jeito legal, e ela achou o máximo. Foi quando percebeu que ela parecia ser, e pelo visto era, a única que estava surpresa ali.
            Quando finalmente chegaram a porta de casa, sua mãe desceu, e começou a conversar com eles, como se os conhecesse a muito tempo. Depois de uma rápida conversa, fez sinal para que Jenny e os outros descessem, e a esse ponto, Jenny já não entendia mais nada:
            -Pai, quem são esses caras?
            -Você já vai entender tudinho, filha, já vai...
            -...
            Eles desceram, e agora Jenny podia ver exatamente como eram. Os dois tinham um ar muito jovial, e divertido, embora agora estivessem muito sérios. O mais alto, estava vestido com um terno de estampa xadrez, uma camisa social preta, uma gravata de listras diagonais, pretas e brancas, uma calça quadriculada, sapatos pretos, e pra completar, um chapéu risca-de-giz preto, que contrastava estranhamente bem com seus cabelos cor-de-fogo vivíssimo. Tinha um bigode bem feito, um cavanhaque, e cabelos em abundância, que, achou Jenny, ficavam muito bem com seus olhos azul-esverdeados.
O bigode e o cavanhaque destacavam muito seu sorriso, que Jenny achou contagiante.
            O outro homem usava roupas iguais a do ruivo, apenas com estampas diferentes. O terno era quadriculado (quadrados bem grandes), uma camisa branca, gravata de listras na vertical, uma calça xadrez, sapatos brancos, e chapéu de risca-de-giz branco. Este homem também tinha muito cabelo, mas dessa vez, pretos, e estranhamente brilhantes, eram lisos e um tanto bagunçados, de um jeito bonito, achou Jenny. Seus olhos foram o que mais chamou a atenção de Jenny, eram um castanho mel, muito claro, quase que um amarelo palha, mas mesmo tão claros, eram vivos, fortes, e penetrantes. Jenny os achou encantadores, e destacados pela barba por crescer pelos cantos do rosto, e também o bigode, ainda ralo.
            Jenny estava tão distraída observando-os, que se assustou quando um deles se dirigiu a ela:
            -Bom dia, você deve ser Jenniffer Fontana, não? - disse o ruivo lhe estendendo a mão
- Meu nome é Ross.
            -Sim, sou eu, Jenny, por favor, prazer Ross.
            -Ah, o prazer é todo meu... Hem, Jenny!-Disse um pouco sem jeito.
            -E você, é...?-Perguntou Jenny ao outro homem.
            -Eu sou John, senhorita Jenny!-disse ele também estendendo a mão
-Muito prazer!
            -Também! - falou, apertando-lhe a mão, e pensando “uau, ele me chamou de senhorita? Nossa, que educado, gostei deles!”.
            Eles entraram em casa, e após um convite, os homens se sentaram no sofá e sua mãe disse para Jenny sentar-se á frente deles. Sua mãe encostou-se à parede um pouco distante, mas não tanto que não pudesse ouvir e seu pai e seu irmão ficaram na escada, a vista, também podendo ouvir, e Jenny achou que estava mais do que óbvio que todos sabiam o que estava acontecendo, menos ela. Observou seu irmão que sorria seu pai e sua mãe apreensivos, e preocupados. Até que Ross e John finalmente tomaram a palavra:
            -Srtª. Fontana precisamos lhe falar uma coisa.